Sem título
Uma voz oculta,
Grita no desespero da noite
Onde tudo se esconde,
Como o coelho que foge
Do seu predador, para a toca.
Mais uma vez, grita...
Berra desalmadamente
Como se estivesse trancada.
Corri em seu alcance,
Mas não a consegui segurar.
Vi nos seus olhos,
Um corpo violado, humilhado,
Por uma alma vil.
Tentei abraçar o corpo,
Mas a noite não deixou...
Agarrou, me empurrou
E não sei para onde levou...
Aquela voz oculta
Que tanto me encantou.