quarta-feira, fevereiro 04, 2004

Se me é permitido (v1.0)...

A respeito de animais e suas analogias com pessoas, aqui vos deixo uma para consequente análise: neste mundo bestial o Sr.Prior conduz o seu rebanho.
-Não percebi! -Retorque-me o prezado leitor.
-Calma que já complico a trama.
-Mas quem faz parte do lãzudo rebanho? -Inquirem impacientes.
-Somos todos nós, cidadãos deste pacato país. Desde o mais pacato e alarve agricultor que lavra para subsistir, ao mais emproado e abastado ricaço que pronuncia encarnado, pois vermelho é coisa de pobre.
-Mas então são todos os tugas? -Consideram os leitores mais afoitos.
-Não. Mas eu explico: tem mais a ver com um certo tipo de mentalidade, à qual gosto de chamar a mentalidade de aldeia, neste belo país que mais podemos considerar uma aldeia gigante.
-Então somos todos? -Reflecte, confuso, o leitor.
-Não meus amigos. Há aqueles que se elevam dessa amalgama, quais cabras montesas.
-Ok! E quem é o distinto vigário? -Impaciantam-se vocês.
-Hah... Não se iludam meus caros. Pois não se trata de um qualquer individuo, nem de lobos em pele de cordeiros (esses pertencem a outras histórias). Estes são dificeis de apontar pois usam de descrição e esquemas matreiros para passarem despercebidos. A melhor forma, creio, de os caracterizar é dizendo que são uns poucos de cabrões que calharam de conseguir controlar umas quantas de ovelhas-guia e usam-nas para levar o restante rebanho para onde mais lhes convém. Ora porque querem controlar mais ovelhas, ora porque ambicionam ser mais cabrões que os demais.
-Mas que confusão! -Exclama o lãzudo leitor.
-Assim é meus compinchas. E eu, como cabrão que sou só vos digo: ovelha que ovelha segue jamais se extravia das demais. Um bem hajam!