Uma lâmina de fogo
Dilacera impiedosamente
Uma indestrutivel carapaça de pedra
Meticulosamente esculpida,
Eliminando de forma atroz
Qualquer vestigio de segurança
Que ainda não havia sucumbido.
Permite desta forma
Que o pequenino ser que nela habitava
Se vulnerabilizasse perante a tempestade
Que se faz sentir nesse soalheiro dia!
Em que,
Um raio de sol
Ganha a dimensão de um trovão,
E uma leve brisa
Aparenta um tornado,
Enquanto uma pequena lágrima
Sem razão aparente,
Numa tempestade se transforma...
O ser, já de si minúsculo
Encolhe-se mais ainda,
Relembrando a sua protectora concha.
E,
Premindo as pálpebras
Até o azul celeste se acizentar,
E de seguida se enegrecer,
finge ser nada...
E a sua infima existencia
Não será objecto de pensamento
De nenhum outro ser.
Nunca existiu!