Há algo
Que me angustia,
Como uma garra me trespassasse
A garganta.
E tento gritar...
Mas não consigo emitir um som.
Olho para a minha mão,
E o sangue que por ela escorre...
Apercebo de que é a minha vida
Que se vai esvanecendo,
A cada gota que sai do meu corpo.
Vejo-me num corpo moribundo
Sem força para lutar.
Será que a minha vida está a acabar...
Ou alguém me virá salvar?
Por favor,
Se alguém existe
Que bem depressa venha...
Pois esta garra que me mata
Poderá ganhar esta farsa.
Quero que o sangue me saia
E a ferida que se cure
E num corpo frio
Vejo a alma fogosa
Que se aproxima.
E eu...
Fria de sentimentos
Quero que o fogo passe nas minhas veias
E que me consuma
E em cinzas me transforme...
Para que eu possa um dia dizer
Que encontrei a vida que perdi.