Férias atribuladas

Aquilo que parecia ser uma viagem tranquila e sem stresses acabou por ser uma viagem algo conturbadada.
Saímos de Maputo na Sexta às 7h da manhã, rumo ao Norte...
Tudo transcorreu na maior normalidade, e até paramos em Jangamo para a noite... ainda mal tinhamos começado a viagem, afinal são só 600Km até lá e ainda nos faltavam cerca de 1600Km, aproximadamente, até ao destino final.

Os aventureiros em viagem!

Depois de uma tarde e noite bem passadas, boa companhia, boa comida e bebida, no Lodge onde ficámos hospedados, com a companhia da Salma, prima do Esmail, continuámos a nossa viagem.

Às 7H de Sábado, estavamos a sair de Inhambane até que parámos às 14.30H, a uns 85Km do Inchope, que é a 200Km da Beira. 

Pois bem, não parámos por desporto, nem porque queriamos comer ou ir à casa de banho, o carro obrigou-nos a parar.

O que aconteceu foi que partiram-se três pernos (nem sei se é assim que se escreve) da roda esquerda dianteira, e posso até dizer que tivemos sorte,  porque se tivessemos parado mais tarde, talvez  a roda tivesse saltado, o carro se tivesse despistado e ido parar no meio do mato.
Ah pois foi... safámo-nos, por pouquinho pouquinho!

Enfim, a verdade é que ficámos sem saber o que podiamos fazer. A sorte é que apareceu um camionista excepcional, o Sr. Mussa, que teve a bondade de nos ajudar e dizer o que poderiamos fazer para sair dalí, sim, porque o carro não podia andar daquela maneira.

Depois de o Sr. Mussa ter perdido três horas de viagem, tentando arranjar uma forma de nos ajudar, num subir e descer de macaco (o das rodas mesmo, não os selvagens, esses só os vimos mais tarde, noutro troço da viagem), chegamos à conclusão que não tinhamos como sair dali sem as peças, assim, tinhamos mesmo que ir à Beira arranjar os pernos e respectivas porcas e colocar para seguir viagem.

O mais grave é que onde estávamos, não havia rede de telemóvel, e o local com o minimo de civilização mais proximo era a 85Km...

Mais um camionista que ia na direcção da Beira parou e pedimos-lhe que levasse uma amostra da peça a fim de encontrar uma outra igual, e enviar para onde nós estávamos na manhã seguinte.

O problema foi que só após a saída do camião, pensámos que por no dia seguinte ser Domingo seria dificil de encontrar e nós ficariamos no meio do nada uma noite... mais grave se ele não conseguisse encontrar, como nos informaria? Sim, porque não havia rede de telemóveis!

Pois, então acabamos eu e Esmail, por pedir boleia a outro camionista, para nós próprios irmos à Beira tentar resolver o assunto, enquanto que os dois companheiros de viagem ficavam no carro para este não ficar abandonado.

E assim foi, Eu à frente (as vantagens de ser uma lady), o Esmail atrás no camião, a apanhar frio (coitadinho dele), até ao Inchope, onde pediu ao ajudante do camionista que ia à frente comigo, para passar lá para trás. Este pedido custou-lhe a módica quantia de 200 MT!
Enfim, chegamos à Beira, não havia lugar para dormir, nem em hotéis, nem pensões, nem lugar nenhum. O desespero começou a tomar conta de mim.

(Continua, num próximo post!)